Decidi, lá por volta
dos meus 25 anos, que iria praticar a filosofia, não no sentido moderno de uma
disciplina especializada que analisa as outras disciplinas do conhecimento
humano. Pesquisei com muita paciência a origem do vocábulo e seu significado
primitivo, principalmente com Sócrates. Hoje vejo, ou melhor, utilizo a
filosofia da seguinte forma:
A filosofia é a busca de
conhecimento pessoal para aplicar em minha vida. É a busca de sabedoria de
vida, focada na ciência do bem viver, incluindo a obtenção de cultura geral e o
contato com os pensadores de todos os tempos e da compreensão de como
procuraram respostas para o significado da vida.
A minha filosofia é representada
pela minha ânsia de conhecimentos, de sabedoria, de cultura intelectual, do
esforço mental para enriquecer-me de novos conhecimentos.
Essa ânsia está voltada para a
prática da vida, para a melhoria das condições físicas e psicológica da minha
existência, auxiliando-me no dia a dia, nas muitas escolhas e opções que preciso
fazer à todo momento.
Meu objetivo é viver bem, é alcançar tranqüilidade de espírito e
sabedoria de atos e escolhas, deixando as pessoas que
convivem comigo ou entram em contato comigo melhores, em si mesmas e mais
conscientes de seus problemas. Minha intenção
é adotar o método de Sócrates, adaptá-lo a minha personalidade e ao meu tempo.
Deixar de lado todo dogma, todo pré-conceito e todo pretensão de ser mais
cultos do que os outros. Desejo dedicar-me
ao cultivo da humildade e preocupar-me com o que pouco sei em face do
quanto ainda preciso conhecer, entender e saber.
Gosta daquela definição atribuída a Pitágoras que dizia que a multidão
que ia às festas Olímpicas, procurava ou participar dos jogos e corridas, ou
divertir-se, ou mesmo para fazer negócios. Mas alguns iam às festas apenas para
observar o comportamento das pessoas e analisá-lo. A esses Pitágoras chamava de
filósofo.
Montaigne dizia: “meu ofício, minha arte é viver”. Eu emendo e afirmo que
meu oficio principal é aprender a bem viver, incluindo a parte financeira, de
modo a, não digo viver sempre feliz, mas gastar a vida sem sofrimentos
desnecessários ou padecendo de equívocos prejudiciais. Olho para o lado e
sempre vejo pessoas cometendo desatinos, sacrificando suas erráticas
existências e prejudicando parentes e amigos ou até à sociedade e não percebem
isso.
Na verdade o que me preocupa é a possibilidade de fazer besteiras na vida
e depois ter que achar mil e uma desculpas e um monte de justificativas para
acalmar a mente culpada. Prefiro viver em paz comigo mesmo.
Por isso, para mim,
filosofar é conhecer-me a mim mesmo observando os outros e, ao mesmo tempo,
conhecer os outros observando a mim mesmo.