A revolução na sociedade seria
brutal se de uma ora para a outra os seres humanos se tornassem perfeitos, são roubassme, não enganassem uns aos outros,
não gastassem mais do que podiam, não brigassem com seus semelhantes, não
fabricasse armas de matar e nem vivesse uns à custa dos outros.
Na verdade, não corremos o risco
de alcançar o paraíso perfeito na terra ou em qualquer outro lugar. A explicação
parece simples: a imperfeição humana dá lucro, sustenta muitos negócios rentáveis
da sociedade. Fico imaginando como seria o mundo se não houvesse brigas, não
houvesse guerras; fechariam as fábricas de armas e munições, com milhões de desempregados, os advogados não teriam o que fazer
e ficariam sem rendas e teriam que procurar outra atividade.
Imagino que se soubéssemos
distinguir o necessário do supérfulo o que seria das agencias de publicidade?
Você acha que o advogado sonha
com um mundo sem contendas? Para ele as coisas vão bem quando há muita encrenca
para resolver.
Você acredita que o médico sonha
com um mundo sem doenças? O médico lucra com as doenças das pessoas. Quando
mais doentes, mais acidentes, mais epidemias, mais os médicos lucram.
Isso parece meio macabro?
Absolutamente não. Tanto o advogado quanto o médico não tem consciência dessa
relação estranha. Muitas outras atividades não baseadas na imperfeição do ser
humano. Por exemplo, a publicidade, o próprio Estado e suas miríades de leis e
regulamentos.
Se não houvesse ladrões,
estrupadores, traficantes de droga não precisaríamos de polícia e teríamos
alguns milhares de desempregados. Se ninguém fizesse mal a seu semelhante e
todos colaborasse uns com os outros, não precisaríamos de tribunais, do sistema
judiciário, com seus milhares e milhares de funcionairios. Se não houvesse
burocracia os despachantes e contadores não teriam o que fazer.
A conclusão que a gente chega é que o que move o
mundo são nossas imperfeições.