A busca por
uma vida sábia poderia também ser expressada por: “ a procura de viver da
melhor forma possível”, também poderia ser definida pela: “tentativa de
construir uma boa vida”. Na minha
adolescência não via as pessoas preocupadas em aprender a viver. Parecia que
todo o mundo já nasce sabendo qual é a melhor forma de se viver. As crianças e os jovens desejam viver,
aventurar, divertir, vivendo o presente assim como vivem os animais. Não
percebem que suas vidas podem estar sendo manipuladas de mil e uma maneiras. Já
o adulto prefere, ou adotar uma religião que explique as coisas, ou levam a
vida aos trancos e barrancos, convictos que sabem o que estão fazendo.
Não vejo uma sociedade angustiada pela precariedade da
vida, pelo sofrimento de acidentes e fatalidades que marcam as pessoas. Podem
culpar alguém ou alguma coisa, mas
raramente analisam as causas tanto de seus infortúnios quanto dos problemas das
outras pessoas. A vida parece passar como um filme sem fim e do qual só faz parte
como espectador. Para qualquer pessoa a quem a gente analisa, percebe que não
tem consciência da brevidade, da
precariedade, da casualidade da vida. Quando vem uma tragédia acredita que
aquilo não era para acontecer com ela. A grande maioria, quando percebe a
fragilidade da vida, corre à busca de
segurança numa igreja, num movimento ideológico ou numa convicção de que é
possível cultivar a sorte ou proteger-se.