Na visão cartesiana quando vejo uma ilustração de leão,
penso no animal sem me lembrar do meio ambiente onde ele vive. Penso como se o
leão fosse independente do resto dos seres e coisas. Na visão holística, o leão
é lembrado juntamente com as savanas africanas, as gazelas e os gnus em
migração. Os chineses e japoneses tem uma visão mais holística das coisas e
vêem os seres e coisas integrados ao todo.
Precisamos descobrir todas as conseqüências da visão
cartesiana, da forma cartesiana de pensar e agir. Não vou aqui estabelecer uma
dicotomia, mas, sim imaginar que o ideal é uma mistura da visão que separa, que
isola, da visão que vê a árvore fora do contexto da floresta e a outra visão
que vê o todo, que vê todas as relações do uno com a totalidade, que vê a
árvore como parte indissociável da floresta, que vê a floresta como um conjunto
de árvores.
De qualquer forma foi a visão cartesiana que possibilitou a
criação do mundo tecnológico moderno e não podemos, em sã consciência desprezar
essas conquistas. Por outro lado, a visão cartesiana pode ser a responsável
pela pobreza espiritual do ser humano, da falta de progresso da mente dos povos
ocidentais, da sua impossibilidade de conhecer-se a si mesmo e o resto da
natureza.