terça-feira, 7 de setembro de 2010

A NATUREZA HUMANA É MÁ OU SIMPLESMENTE MALEDUCADA

Uma característica comum à imaginação utópica e até mesmo à dos que defendem uma sociedade melhor é a obsessão pela estabilidade, pela segurança, segurança não em relação a um inimigo externo, mas a possível tendência a desagregação interna.

O que revela essa obsessão?

Penso que, ao imaginar uma sociedade, tomamos por base que o ser humano é imperfeito e que precisamos, em primeiro lugar, corrigir essa imperfeição através de algum tipo de controle ou coerção. Não será porque toda sociedade que imaginamos ou desejamos é sempre uma sociedade artificial?
Mas, será que o ser humano é realmente imperfeito?
Não estamos julgando antecipadamente com base numa tradição, num condicionamento perpetuado pela religião, pelos Estados?
Se imaginarmos o ser humano como simplesmente humano, sem perfeição e ao mesmo tempo sem imperfeição, o que acontece?. Ou seja, se olharmos o ser humano sem pré-juizos o que veremos?


Não será a crença da imperfeição do ser humano um produto da coerção?


Se imaginarmos que o ser humano precisa aprender a andar, falar, controlar a bexiga, controlar a evacuação, será que também não precisamos também de aprender a viver em sociedade de maneira pacífica.

A imperfeição humana não será fruto de falhas de educação?

Nas pequenas sociedades ou nas comunidades primitivas praticamente não havia crime nem violência interna; por que isso? Será porque se conheciam e criavam seus filhos da mesma maneira, ensinando como se relacionar uns com os outro? As lições da vida que o filho recebia eram comum a todos e previsíveis. Hoje, principalmente nas grandes cidades, os filhos são educados pela rua, por miríades de meios e os pais não tem a mínima ideia do que está influenciando o seu filho nem como ele está processando o que vê, o que ouve, o que dá e o que recebe do meio com que interagem. Outra coisa, os pais tem a tendência de suavizar o mundo para os filhos, tolerando seus modos, seus caprichos e o filho acaba não aprendendo a se comportar de igual para igual, não aprende a fazer trocas justas com os outros membros da sociedade. Como a mãe torna-se uma escrava do filho e ele, quando sai para o mundo, sai a procura de outra escrava que possa substituir a mãe. Será um filho explorador de outros, insensível, oportunista.

Nenhum comentário: