sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

NOSSO ESPAÇO VITAL

Abel Aquino

As guerras nasceram da defesa de territórios de sobrevivência, evoluíram para a predação e culminaram na de dominação. Na defesa de territórios o excesso de população cria um permanente estado de guerra. Na predação, determinadas sociedades programam-se para viver da subtração do trabalho e do bem alheio. No estado de dominação, determinandas sociedade programa-se para viver às custas de outras ou servindo-se de outras. Na maioria das vezes as relações humanas são caracterizadas por lutas por territórios com base na predação e sustentadas pela dominação, ou seja os três estágios não são necessáriamente sucessores, pois comumente manifestam-se simultaneamente.
Dentro das famílias ou das microsociedades esse fenômenos está presente da mesmas características. Pessoas brigando por espaços, predando-se uns aos outros e dominando-se alternadamente.
Aqui surge a pergunta: é possível viver e conviver sem que as relações humanas sejam de conflitos por espaço, por bens e por opressão? É possível uma forma de convívio em sociedade em que todos ganham e ninguém perde? todos são favorecidos pela troca de conhecimento, favores e cooperação sem prejuízo para ninguém?
Como garantir meu território vital sem diminuir ou anular o território vital do outro? Como conseguir meus bens, cooperando ou competindo com o outro, sem que uma das partes saia no prejuízo? Como servir-me do trabalho do outro sem escravizá-lo, sem aumentar sua carga de viver na tentativa de aliviar a minha? Como isso é possível?
A tecnologia tornou isso possível? Na medida que temos necessidade de cada vez menos território vital, cada vez mais facilidade de produzir bens e alimentos, cada vez mais máquinas para trabalhar por nós em vez de escravos e servos, não será que está tornando possível viver assim sem causar prejuízos uns aos outros?

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