quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

VIVER É AFIRMAÇÃO

Custei para compreender que viver é um ato de afirmação, um esforço para construir prazeres, experiências afirmativas e luta permanente por vitórias. Sinto que a vida não é o oposto da morte e, sim, que é uma corrida cujo adversário é a morte; corro com ela, ao lado dela, não contra ela. Enquanto eu a estiver vencendo, sei que permaneço vivo. O fim da corrida é o momento da vitória da morte. Viver é afirma-se sobre a morte; o manter-me vivo é a forma que tenho para manter a morte um passo atrás de mim. Concluo, portanto, que a vida é só possível porque existe a morte. A morte afirma a vida assim como a tristeza afirma a alegria. Quanto mais funda for sua tristeza maior será a alegria quando libertar-se dela. Assim é a minha vida: quando maior é o perigo da morte maior é o prazer de viver. A importância da vida é determinada pela certeza da morte.
Muitas pessoas gastam montanhas de dinheiro para libertar-se da morte, mas até hoje ninguém viveu o bastante para dizer que esse dinheiro foi bem gasto.

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