terça-feira, 17 de julho de 2012

THE BIG FATHER

Eu não me comungo com a cultura predominante em nosso país, caracterizada pelo culto desmesurado ao “estado”, culto que revela certo infantilismo sociopsicológico de eterna dependência do paizão, do big father que castiga uns e premia outros. Nossa sociedade desenvolveu uma dependência tão grande do estado que parece que as coisas só podem existir depois que são criadas leis e regulamentos para tudo e para qualquer coisa. Sem as bençãos dos políticos ou a bula legal do Diário Oficial da União nada pode existir no mundo da sociedade humana. O grande contraditório disso é que, quando olhamos a prática, vemos que as únicas coisas que funcionam com razoável eficiência são as atividades que não possuem leis e imposições estatais. Sirvo-me do exemplo do pão para lembrar que não existe nenhuma lei que obrigue o padeiro a disponibilizar esse alimento no balcão da padaria para todos as pessoas, todos os dias. No entanto é isso que acontece. Todas as atividades próprias do estado funcionam precariamente ou mesmo não funcionam, basta olhar para o sistema educacional e mesmo para quaisquer outras das chamadas obrigações do governo. Os políticos arrecadam mais e um trilhão de reais em impostos, tirados do lombo daqueles que trabalham, empreendem e garantem o pão nosso de cada dia em todos as padarias do país, mesmo com o governo atrapalhando, burocratizando e muitas vezes dificultando a vida desses que trabalham e produzem. São Paulo, por exemplo, possui mais de dez milhões de habitantes, e se incluirmos os municípios pegados a ele, esse número dobra, cuja população é eficientemente abastecidas de alimentos de todos os gêneros, através de milhares de estabelecimentos comercias, feiras e mercadões. Em cada esquina temos padarias, farmácias, bares, mercadinhos, grandes mercados, frutarias, docerias e até floriculturas, tudo isso sem decretos governamentais, sem leis obrigatórias, sem imposições políticas e policiais. Já o que depende do governo não atende, não cumpre o que promete, não está disponível aos que dele precisam. No entanto, apesar de todas a evidencias, o amor ao estado, a crença no poder miraculoso dos governos, sejam eles quais forem, continua forte e firme.

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