Para preservarem suas vidas, muitos
pensadores e filósofos evitaram tratar de política, pelo menos, diretamente.
Sócrates foi um dos primeiros a fazer isso. Mas para ele chegou um momento em
que os políticos o pegaram. Diante do
poder só lhe restaram
duas alternativas: ou renegava seu passado ou confirmava,
enfrentando a morte. Escolheu assumir suas convicções. Ao ser condenado, sua
execução tornou-se a coroação do seu trabalho. Enquanto pôde evitar a política
e suportar os desmandos e a ignorância dos líderes de sua Atenas, sobreviveu.
Sabia que não tinha força suficiente para se preservar diante de um confronto
direto, por isso, evitava topar de frente com os poderosos. Mas, quando o
choque se mostrou inevitável, teve a coragem de não recuar e não se
acovardou, enfrentando seus algozes sem
medo e com firmeza. Morrer para ele já
não seria mais apagar uma chama ainda sem brilho, mas, sim, a projeção de um fogo
tão vasto e inalcançável que sua luz, em vez de se apagar, espalhar-se-ia pelo
tempo. Por isso, ela ainda brilha em nossas vidas, mais de dois mil anos
depois.
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