quarta-feira, 21 de março de 2018

POR ONDE ANDAM NOSSOS INSTINTOS?


O problema das interpretações morais e como regras éticas é que elas são tratadas ao nível da vontade livre e consciente. Para os moralistas, o ser humano precisa saber o que é justo e o que é injusto e fazer uma opção consciente pelo agir justo. Ora esse fazer a “opção” pressupõe uma manobra ativada pela vontade consciente, ou seja, pela força daquele homúnculo que devemos colocar dentro de nós para nos controlar. O uso da vontade consciente pressupõe sempre um esforço de controle, no caso do autocontrole.
Vontade consciente: é o sentimento de que o individuo precisa seguir as normas e preceitos morais da sociedade; é o oposto da vontade inconsciente que é a vontade instintiva, misturada com os hábitos e cacoetes mentais adquirido na infância. A vontade consciente só é possível pelo adestramento, iniciado pelos outros e incorporado ao nosso ser por um processo de autovigilância, de autocontrole.
 A confusão começa quando  a vontade consciente, ou seja ,moral, perde a batalha para a vontade instintiva e os hábitos adquiridos aleatoriamente, nossa verdadeira e primordial natureza, e o verniz civilizatório se rompe e o animal legítimo que há em todos nós se manifesta. Nossos instintos são prioritários em nossa natureza. Quero dizer que eles prevalecem sobre qualquer tentativa de se criar uma natureza moral acima deles, uma forma de agir conveniente para a sociedade que nega a nossa natureza básica. A essa tentativa podemos chamar de “domesticação” do ser humano?

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